terça-feira, 13 de julho de 2010

CANTIGA DE EXÍLIO


 



Aos que estão livres dentro do poço,
não saiam até que o mundo tenha acabado.

Porque muitos estão presos do lado de fora e não sabem. Escravos da liberdade que os afasta cada vez mais do cativeiro do amor. Fazem o que querem, experimentam de tudo, escolhem seus rumos. "Doces prazeres" que se convertem aos poucos em depressão, sonhos básicos de consumo que se tornam motivos de divórcios, juizo e lógica que dão lugar ao pandemônio social e ao vazio existencial.

"Eu estou construindo um grande barco pra sair daqui", disse um louco certa vez. Riram dele, não é? Mas quando a chuva caiu por 40 dias e as águas subiram, aquelas pessoas racionais ficaram presas do lado de fora. Porque não existe nada pior para o homem natural do que ter seus extintos negados, por isso ele se vendeu pelo preço de uma vida independente de Deus, ganhando em troca a morte.

Posto contra a parede para decidir entre o normal e o exílio, estou do lado de fora, sem teto, sem dinheiro e sem os valores morais desse mundo. Serei mais desconsiderado e ridicularizado pelo meu trabalho do que sofrem preconceitos uma prostituta ou um homossexual. Então, eu poderia cantar um hit popular contra a homofobia, mas aí, bem baixinho, escuto outra música no cantarolar do vento, uma versão de uma cantiga de sucesso de Jesus, assim:
"...lembrem-se que o mundo me odiou primeiro." Adoro!

E.S.G.

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